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TDAH infantil: como identificar, tratar e apoiar a criança

TDAH infantil: como identificar, tratar e apoiar a criança
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

TDAH infantil: como identificar, tratar e apoiar a criança
O TDAH infantil é um transtorno neurobiológico caracterizado por dificuldades em manter a atenção, hiperatividade e impulsividade

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos diagnósticos mais frequentes no contexto infantil, afetando milhares de crianças ao redor do mundo. Esse transtorno, muitas vezes não compreendido por pais, educadores e até profissionais da saúde, gera desafios significativos tanto no ambiente escolar quanto familiar.

A vida cotidiana de crianças com TDAH pode ser marcada por dificuldades em manter o foco, impulsividade e inquietude, aspectos que frequentemente são vistos como comportamentos desajustados ou até falta de disciplina. À medida que a sociedade avança em sua compreensão sobre o desenvolvimento infantil, a importância de identificar e tratar precocemente o TDAH se torna ainda mais evidente.

Saiba mais sobre o TDAH infantil no conteúdo a seguir!

O que é TDAH infantil?

O TDAH infantil é um transtorno neurobiológico que afeta o comportamento e o desenvolvimento das crianças. Ele se caracteriza por dificuldades em manter a atenção, impulsividade e hiperatividade, que podem prejudicar a vida social, acadêmica e familiar da criança.

Embora esses comportamentos sejam comuns em muitas crianças em determinadas fases do desenvolvimento, no TDAH, eles se apresentam de forma mais intensa, persistente e desorganizada, dificultando a adaptação à rotina e aos desafios cotidianos.

É importante lembrar que o TDAH infantil não é sinônimo de preguiça causado por uma falha no caráter ou na educação, mas sim por fatores genéticos e neurológicos, sendo fundamental o acompanhamento especializado para tratamento adequado e para garantir que a criança possa desenvolver seu potencial de forma plena.

Sintomas de TDAH na infância

Os sintomas de TDAH infantil variam de acordo com a criança, mas geralmente envolvem três aspectos principais: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Cada um desses aspectos pode se manifestar de diferentes maneiras, influenciando o comportamento da criança em vários contextos, como escola e casa.

Desatenção

Crianças com TDAH podem ter dificuldade em prestar atenção por longos períodos, especialmente em atividades que exigem foco contínuo, como ler ou fazer lições de casa. Elas podem parecer estar "desligadas", cometer erros por falta de cuidado, esquecer tarefas ou materiais escolares com frequência e ter dificuldade em seguir instruções.

Hiperatividade

Esse sintoma é caracterizado por uma agitação constante. A criança pode ter dificuldade em ficar parada, seja em sala de aula, em casa ou em outros ambientes. Este sintoma de TDAH infantil se manifesta pela tendência a movimentar-se excessivamente, se levantando da cadeira constantemente, correndo ou subindo em lugares indevidos, com dificuldade para permanecer quieto.

Impulsividade

Crianças com TDAH podem agir sem pensar nas consequências, interrompendo conversas, fazendo perguntas ou dando respostas antes que a pergunta tenha sido completamente feita. Elas também podem ter dificuldade em esperar sua vez em jogos ou atividades e tomar decisões precipitadas, sem considerar os riscos envolvidos.

Diagnóstico do TDAH infantil

O diagnóstico de TDAH infantil é um processo detalhado e multifacetado, que envolve uma avaliação completa por profissionais de saúde, como pediatras, psicólogos ou psiquiatras. Não existe um único exame ou teste específico que possa confirmar a presença do transtorno, por isso o diagnóstico é feito a partir de uma combinação de informações e observações.

O primeiro passo geralmente é a coleta do histórico clínico da criança, que inclui informações sobre seu desenvolvimento, comportamento e possíveis antecedentes familiares. Entrevistas com pais e professores também são fundamentais, pois oferecem uma visão ampla do comportamento da criança em diferentes contextos, como em casa e na escola.

Além disso, é comum que os pais e educadores preencham questionários e escalas de avaliação de comportamento, como a Escala de Conners, que ajudam a identificar sintomas relacionados à desatenção, hiperatividade e impulsividade. Essas ferramentas são importantes para medir a intensidade e a frequência desses comportamentos em diferentes situações.

Durante a consulta, o profissional também pode observar diretamente o comportamento da criança, pedindo-lhe para realizar tarefas que exigem atenção e concentração, o que ajuda a identificar padrões típicos do TDAH. Outro aspecto importante do diagnóstico é a exclusão de outras condições que possam apresentar sintomas semelhantes, como problemas de audição ou visão, transtornos de ansiedade ou dificuldades de aprendizado.

Para chegar ao diagnóstico de TDAH, é necessário que os sintomas sejam persistentes (durando pelo menos seis meses), ocorram em mais de um ambiente e afetem de forma significativa a vida da criança, de acordo com os critérios estabelecidos pelo DSM-5, manual utilizado pelos profissionais de saúde.

Causas e fatores de risco do TDAH infantil

As causas exatas do TDAH infantil ainda não são completamente compreendidas, mas a pesquisa aponta para uma combinação de fatores genéticos, neurológicos e ambientais que podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno.

Estudos indicam que o TDAH tem uma forte base genética, com uma predisposição hereditária significativa. Ou seja, crianças com parentes próximos que possuem o transtorno têm maior probabilidade de apresentá-lo também. Isso sugere que certos genes podem desempenhar um papel importante no desenvolvimento do TDAH.

Além dos fatores genéticos, alterações no funcionamento cerebral também estão associadas ao TDAH. O cérebro de crianças com TDAH apresenta diferenças em algumas áreas responsáveis pela atenção, controle dos impulsos e regulação da atividade motora. Essas diferenças neurológicas podem afetar a capacidade da criança de processar informações e controlar comportamentos de maneira adequada.

Fatores ambientais também são relevantes no desenvolvimento do transtorno. Exposição a substâncias como álcool, tabaco ou drogas durante a gravidez, complicações durante o parto ou nascimento prematuro podem aumentar o risco de a criança desenvolver TDAH.

Impactos do TDAH na vida escolar e familiar

O TDAH infantil pode ter impactos significativos tanto na vida escolar quanto familiar da criança, afetando seu desempenho acadêmico, suas relações sociais e o ambiente de convivência em casa. Na escola, as dificuldades de atenção, impulsividade e hiperatividade podem dificultar o aprendizado e a adaptação às rotinas.

Além disso, a dificuldade em permanecer sentada ou quieta durante as aulas pode gerar conflitos com os professores e colegas, criando um ambiente de frustração tanto para a criança quanto para os educadores.

No contexto familiar, o TDAH pode gerar desafios adicionais para os pais. A impulsividade e a agitação da criança podem resultar em comportamentos difíceis de controlar, como interromper conversas, desobedecer a regras ou agir sem pensar nas consequências. Isso pode gerar um ambiente de estresse, com pais sentindo que suas tentativas de disciplina são ineficazes.

Tratamento do TDAH infantil

O tratamento do TDAH infantil é multidisciplinar e visa ajudar a criança a lidar com os sintomas e a melhorar sua qualidade de vida, tanto no contexto escolar quanto familiar. O tratamento geralmente envolve uma combinação de intervenções comportamentais, medicamentosas e, em alguns casos, terapias psicossociais, de acordo com as necessidades específicas da criança.

Uma das abordagens principais é o uso de medicamentos, que são comumente prescritos para ajudar a controlar os sintomas mais intensos de hiperatividade e impulsividade, além de melhorar a atenção. É importante que o uso de medicação seja monitorado por um médico psiquiatra especialista em TDAH, que realizará ajustes conforme necessário.

A terapia comportamental é uma parte essencial do tratamento. Essa abordagem foca em ensinar a criança a controlar seus impulsos e comportamentos disruptivos por meio de reforços positivos e estratégias de modificação de comportamento. Técnicas de organização e estabelecimento de rotinas também são fundamentais para ajudar a criança a manter o foco e a realizar suas tarefas de maneira mais eficaz.

No ambiente escolar, a intervenção pedagógica é crucial. Adaptações no método de ensino, como a utilização de instruções claras e a quebra de tarefas em etapas menores, podem ajudar a criança a aprender de forma mais eficiente. Por fim, o apoio da família desempenha um papel fundamental no tratamento do TDAH.

Como apoiar a criança com TDAH?

Apoiar uma criança com TDAH exige compreensão, paciência e estratégias adequadas para ajudá-la a lidar com os desafios diários. Como o TDAH afeta diversas áreas da vida da criança, é fundamental que os adultos (pais, educadores e profissionais) estejam alinhados para oferecer um suporte eficaz. O apoio deve ser constante e adaptado às necessidades da criança, criando um ambiente estruturado, acolhedor e motivador.

Entre as principais maneiras de apoiar a criança com TDAH estão:

  • Estabeleça rotinas claras;
  • Divida tarefas em etapas menores;
  • Use reforços positivos;
  • Crie um ambiente sem distrações;
  • Ofereça apoio emocional;
  • Envolva-se ativamente no processo escolar;
  • Ensine habilidades sociais;
  • Tenha paciência e constância;
  • Busque apoio profissional sempre que necessário.

Ao oferecer esse suporte contínuo e amoroso, a criança com TDAH pode superar desafios e alcançar seu potencial pleno, tanto no âmbito acadêmico quanto social e emocional.

Impactos do TDAH não tratado na infância sobre a vida adulta

Quando não tratado na infância, o TDAH pode gerar consequências significativas em várias esferas da vida adulta, afetando qualidade de vida, relações pessoais e profissionais e as saúdes mental e física como um todo.

Entre os impactos cognitivos e acadêmicos, podemos mencionar as dificuldades persistentes de concentração, organização e gerenciamento, que prejudicam a execução de tarefas complexas, levam a atrasos e esquecimentos frequentes e resultam em um baixo desempenho acadêmico

No trabalho, o adulto que não tratou o TDAH infantil pode ter maior risco de sofrer com a rotatividade e o desemprego, por causa da dificuldade com prazos, supervisão e tarefas monótonas. Além disso, a necessidade de atenção sustentada faz com que a produtividade caia.

Nos relacionamentos interpessoais, o adulto com TDAH pode ter conflitos frequentes, dificuldade em manter amizades e problemas de comunicação e tolerância à frustração.

Existem, ainda, os impactos na saúde mental e emocional, com o risco aumentado de desenvolvimento de comorbidades como:

  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Transtornos de humor;
  • Abuso de substâncias;
  • Baixa autoestima;
  • Risco aumentado de comportamento suicida, especialmente quando associado à depressão.

Na saúde física e comportamental, o adulto pode sofrer com comportamentos de risco, tais como imprudência na direção, práticas sexuais de risco e negligência com a saúde. Esses indivíduos podem, ainda, experimentar problemas financeiros e lidar com questões legais resultantes dessas ações.

Perguntas frequentes

Confira, a seguir, as respostas para algumas das principais perguntas frequentes associadas ao TDAH infantil:

O TDAH Infantil desaparece com o tempo?

O TDAH infantil não desaparece com o tempo, mas seus sintomas podem se manifestar de maneiras diferentes à medida em que a criança cresce. Embora algumas crianças possam aprender a lidar melhor com os sintomas conforme envelhecem, o transtorno geralmente persiste na adolescência e até na vida adulta. É importante, portanto, um acompanhamento contínuo e a adaptação do tratamento ao longo do tempo para garantir que a criança tenha o suporte necessário.

Meu filho precisa de medicação para tratar o TDAH?

Nem todas as crianças com TDAH precisam de medicação, mas para algumas, o uso de medicamentos pode ser muito eficaz no controle dos sintomas.

Quais atividades ajudam no controle do TDAH?

Atividades que ajudam a melhorar o foco, a impulsividade e o controle motor podem ser muito benéficas para crianças com TDAH. Algumas opções incluem:

  • Atividades físicas regulares;
  • Técnicas de relaxamento;
  • Jogos que estimulam a atenção e o raciocínio lógico;
  • Tarefas que envolvem organização, como arrumar o quarto ou organizar materiais escolares.

É possível prevenir o TDAH?

Atualmente, não há maneira comprovada de prevenir o TDAH infantil, pois ele é considerado um transtorno de origem genética e neurológica. No entanto, fatores ambientais durante a gestação e a infância podem influenciar o risco de desenvolvimento do transtorno. Evitar o consumo de álcool, tabaco e drogas durante a gravidez, bem como garantir uma gestação saudável, pode reduzir o risco de complicações que poderiam contribuir para o TDAH.

Para saber mais sobre o assunto ou tirar suas dúvidas sobre o TDAH infantil, entre em contato e agende sua consulta no Instituto Sanapta.

Fontes:

Biblioteca Virtual em Saúde;

Manual MSD.