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Transtorno por uso de álcool: sintomas, causas, diagnóstico e tratamentos

Transtorno por uso de álcool: sintomas, causas, diagnóstico e tratamentos
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)

Transtorno por uso de álcool: sintomas, causas, diagnóstico e tratamentos
Condição é caracterizada pelo consumo excessivo e compulsivo de álcool, o que afeta negativamente a saúde física, emocional e social do indivíduo

O consumo excessivo de álcool é um problema crescente, que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. Em muitos casos, o consumo não se limita a uma bebida ocasional, mas se torna um padrão de comportamento recorrente, com consequências negativas para a saúde física, mental e social do indivíduo.

Esse comportamento, muitas vezes, está associado a episódios de consumo rápido e excessivo, conhecidos como binge drinking, que podem desencadear uma série de complicações, desde problemas de convivência social até sérios danos ao organismo. Ao longo do tempo, esses episódios podem se intensificar, levando a uma dependência gradual.

Além das implicações imediatas, o transtorno por abuso de álcool pode afetar o desempenho profissional e acadêmico e as relações interpessoais. O impacto do consumo exacerbado vai além da intoxicação momentânea, criando um ciclo de consumo difícil de interromper, que gera danos progressivos. Saiba mais a seguir!

O que é o transtorno por uso de álcool?

O transtorno por uso de álcool é uma condição médica caracterizada pelo consumo repetido e problemático de álcool, que leva a prejuízos significativos em várias áreas da vida do indivíduo, como saúde, trabalho, relacionamentos e vida social. Esse transtorno envolve uma perda de controle sobre o uso da substância, com episódios de ingestão excessiva, dificuldade para reduzir o consumo e a necessidade de doses cada vez maiores para alcançar os mesmos efeitos.

O transtorno por uso de álcool pode se manifestar de diferentes maneiras, desde episódios esporádicos de binge drinking até um padrão crônico e contínuo de abuso da substância. Com o tempo, o transtorno pode evoluir para uma dependência física e psicológica, pela qual o indivíduo se torna incapaz de funcionar de maneira adequada sem o consumo de álcool.

Sintomas do transtorno por uso de álcool

Os sintomas do transtorno por uso de álcool variam em intensidade e podem afetar diferentes áreas da vida do indivíduo. Entre os sinais mais comuns estão:

  • Consumo excessivo e frequente;
  • Desejo intenso ou tentativas frustradas de reduzir o uso;
  • Tolerância aumentada, fazendo com que a pessoa precise de doses maiores de álcool para alcançar o mesmo efeito que antes;
  • Sintomas de abstinência ao reduzir ou interromper o consumo;
  • Negligência de responsabilidades;
  • Busca contínua pelo álcool, fazendo com que isso se torne a prioridade na vida do indivíduo;
  • Problemas de saúde física e psicológica;
  • Perda de controle.

Esses sintomas podem variar de acordo com a gravidade do transtorno e o impacto que o álcool tem na vida do indivíduo. Em casos mais graves, o transtorno pode levar à dependência física e psicológica, exigindo tratamento especializado para a recuperação.

Causas do transtorno por uso de álcool

O transtorno por uso de álcool é uma condição multifatorial e os fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento incluem componentes genéticos, psicológicos, ambientais e sociais. Há uma predisposição genética significativa para o desenvolvimento do transtorno por uso de álcool. Indivíduos com familiares de primeiro grau (pais ou irmãos) que têm histórico de alcoolismo têm maior risco de desenvolver o transtorno.

O ambiente em que uma pessoa vive também desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do transtorno. Isso porque a exposição a situações que incentivam o consumo de álcool, como convivência com familiares ou amigos que bebem em excesso, pressão social para consumir bebidas alcoólicas em determinados círculos ou até mesmo o stress social e financeiro podem ser gatilhos para o abuso de álcool.

Os fatores psicológicos também têm grande influência sobre o desenvolvimento do transtorno por uso de álcool, já que muitas pessoas recorrem ao álcool para lidar com emoções difíceis, como ansiedade, depressão, traumas ou estresse. Além disso, transtornos psicológicos preexistentes, como depressão e transtornos de ansiedade, podem estar associados ao desenvolvimento do transtorno por uso de álcool.

Há, ainda, fatores neurobiológicos associados ao sistema de recompensa do cérebro, que libera dopamina e gera sensação de prazer ao consumir a substância. Esse processo pode reforçar o comportamento de consumo de álcool, criando um ciclo vicioso.

Por fim, há os fatores culturais e sociais: em algumas culturas, o consumo de álcool é visto como normal ou até incentivado, o que pode influenciar os comportamentos de consumo. Todos os fatores citados interagem de maneiras complexas e variáveis entre indivíduos, o que torna o transtorno por uso de álcool uma condição difícil de prevenir e tratar sem uma abordagem integrada.

Diagnóstico do transtorno por uso de álcool

O diagnóstico do transtorno por uso de álcool é realizado com base em critérios clínicos específicos, geralmente estabelecidos no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). O diagnóstico envolve uma avaliação detalhada do padrão de consumo de álcool, dos impactos na vida do indivíduo e da presença de sintomas de dependência.

Além disso, o comportamento de consumo excessivo (binge drinking) também é uma parte importante desse diagnóstico. O transtorno por uso de álcool é identificado quando o consumo da substância causa prejuízos significativos na vida do indivíduo, afetando sua saúde física e mental e sua funcionalidade social e ocupacional.

A característica central é a incapacidade de controlar o consumo de álcool, mesmo diante de consequências adversas. Os critérios diagnósticos incluem, entre outros aspectos, o aumento da tolerância ao álcool, a necessidade de beber em maiores quantidades para obter os mesmos efeitos, o desejo constante de parar ou reduzir o consumo e o aparecimento de sintomas de abstinência quando o álcool não está disponível.

Tratamentos para o transtorno por uso de álcool

O tratamento para o transtorno por uso de álcool é multifacetado e pode variar de acordo com a gravidade do transtorno e as necessidades individuais do paciente. A abordagem terapêutica geralmente envolve uma combinação de intervenções médicas, psicológicas e sociais, com o objetivo de ajudar o indivíduo a reduzir ou interromper o consumo de álcool e melhorar sua qualidade de vida.

O tratamento é personalizado de acordo com o estado de saúde mental apresentado, os fatores sociais e o histórico de consumo de álcool de cada pessoa. Entre as principais metodologias terapêuticas estão:

  • Terapia comportamental;
  • Uso de medicamentos;
  • Participação em grupos de apoio;
  • Tratamentos específicos para binge drinking.

Em casos mais graves, pode ser necessário realizar internações em clínicas de reabilitação, onde o paciente pode receber acompanhamento médico e psicológico intensivo.

Efeitos do transtorno por uso de álcool na saúde

O transtorno por uso de álcool pode ter sérias consequências para a saúde física e mental, afetando diversos sistemas do corpo e comprometendo a qualidade de vida do indivíduo. O consumo excessivo e prolongado de álcool pode levar a uma série de complicações de saúde, tanto a curto quanto a longo prazo. Além disso, o abuso do álcool está frequentemente associado a problemas psicológicos e sociais que agravam ainda mais o quadro do transtorno.

Entre as principais consequências do abuso de álcool estão:

  • Problemas no fígado, como esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado), hepatite alcoólica, cirrose hepática e insuficiência hepática;
  • Distúrbios cardiovasculares, como hipertensão, acidente vascular cerebral (AVC), arritmias cardíacas e cardiomiopatia alcoólica (dano ao músculo cardíaco);
  • Problemas no sistema nervoso, afetando funções cognitivas, como memória, atenção e capacidade de aprendizado;
  • Sistema imunológico enfraquecido;
  • Problemas gastrointestinais, como gastrite, úlceras gástricas, pancreatite (inflamação do pâncreas) e câncer gastrointestinal;
  • Aumento do risco de câncer;
  • Impactos psicológicos e sociais, com agravamento de transtornos como depressão, ansiedade e transtornos de personalidade.

Como prevenir o transtorno por uso de álcool?

A prevenção do transtorno por uso de álcool envolve uma combinação de estratégias individuais, familiares e sociais, com foco na conscientização, na educação e no apoio contínuo. Embora não haja uma solução única para evitar o transtorno, alguns fatores podem ser trabalhados para minimizar os riscos associados ao consumo excessivo e ao desenvolvimento de dependência:

  • Educação e conscientização sobre os riscos do consumo excessivo de álcool e suas consequências para a saúde mental e física;
  • Modelagem de comportamento saudável;
  • Identificação precoce de fatores de risco;
  • Promoção da saúde mental e emocional;
  • Estabelecimento de limites sociais e culturais;
  • Acesso a apoio profissional, como psicólogo, psiquiatra e médicos em geral;
  • Promoção de políticas públicas e controle do acesso ao álcool.

Como apoiar alguém com transtorno por uso de álcool?

Apoiar alguém com transtorno por uso de álcool pode ser desafiador, pois muitas vezes essa pessoa pode estar enfrentando resistência à ajuda ou até mesmo negação do problema. No entanto, o apoio da família, amigos e colegas é fundamental para o processo de recuperação.

Entre as principais maneiras de proporcionar suporte de forma eficaz e respeitosa estão:

  • Oferecer apoio emocional e sem julgamentos;
  • Incentivar a busca de ajuda profissional;
  • Envolver-se no processo de tratamento, se a pessoa estiver aberta a isso;
  • Estabelecer limites e definir consequências em relação ao comportamento da pessoa;
  • Manter o autocuidado e procurar ajuda para si;
  • Reconhecer e celebre os progressos;
  • Ser paciente e estar preparado para recaídas.

Apoiar alguém com transtorno por uso de álcool exige um equilíbrio entre empatia e paciência, além de disposição para colocar limites. A jornada de recuperação pode ser difícil, mas com o apoio adequado a pessoa tem a possibilidade de superar os desafios e levar uma vida mais saudável e equilibrada.

Para saber mais a respeito da condição, entre em contato e converse com os profissionais do Instituto Sanapta.

Fontes:

Manual MSD

Ministério da Saúde — Linhas de Cuidado