Este tipo de comportamento demanda bastante sensibilidade e empatia, sendo essencial fornecer apoio adequado à pessoa que está em risco
Definido como o ato de uma pessoa tirar intencionalmente a própria vida, o suicídio representa uma tragédia complexa que afeta não apenas o indivíduo, mas também seus familiares, amigos e a comunidade em geral. Este comportamento está relacionado a um sofrimento psicológico intenso e de longo prazo, que pode ser causado por uma variedade de fatores.
O comportamento suicida é um tema extremamente delicado e sensível, destacando-se também como uma questão de saúde pública no que diz respeito à prevenção e tratamento. Trata-se de um assunto que deve ser sempre abordado com a máxima empatia e respeito, evitando a estigmatização e fornecendo apoio adequado para aqueles que estão em risco.
O que são comportamentos suicidas?
O comportamento suicida refere-se a ações ou pensamentos que indicam a intenção de uma pessoa acabar com a própria vida. Esses comportamentos variam em intensidade e podem incluir uma ampla gama de atividades e sentimentos associados ao desejo de morte. Os principais aspectos dos comportamentos suicidas incluem:
Pensamentos suicidas
Envolvem reflexões sobre a morte e o desejo de morrer, que podem variar de ideias passageiras até planos detalhados de como realizar o ato. Esses pensamentos podem surgir em momentos de grande sofrimento emocional e normalmente estão associados a uma manifestação de uma crise de saúde mental.
Ideação suicida
A ideação suicida é um estágio em que a pessoa considera ativamente o suicídio como uma solução para seus problemas. Pode envolver pensamentos recorrentes sobre a morte, formulando planos sobre como se suicidar ou pensando sobre os meios de realizar o ato.
Tentativas de suicídio
Uma tentativa de suicídio é um ato deliberado em que a pessoa tenta se matar. Mesmo que a tentativa não resulte na morte, é um sinal grave de sofrimento e a necessidade urgente de intervenção e apoio.
Comportamentos preparatórios
Estes comportamentos incluem ações que a pessoa pode tomar para se preparar para o suicídio, como fazer arranjos pessoais, testar métodos para cometer o ato ou distribuir bens pessoais. Esses sinais indicam que a pessoa pode estar se preparando para concretizar uma tentativa de suicídio.
Fatores de risco comuns do suicídio
Os fatores de risco para o suicídio são condições e circunstâncias que aumentam a probabilidade de uma pessoa considerar, tentar ou cometer suicídio. Esses fatores podem variar amplamente entre os indivíduos, mas alguns são comumente associados a um risco elevado de desenvolver comportamento suicida. São eles:
- Transtornos mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia e transtornos de ansiedade;
- Histórico de tentativas de suicídio;
- Sentimentos de desesperança ou crença de que não há solução para os problemas ou que o sofrimento nunca vai acabar;
- Baixa autoestima e sentimento persistente de inadequação;
- Falta de suporte social e sensação de isolamento;
- Histórico familiar de suicídio;
- Experiências de abuso físico, sexual ou emocional, bem como violência doméstica;
- Eventos estressantes e crises importantes;
- Condições de saúde crônicas ou debilitantes, como doenças graves, dor crônica ou doenças terminais;
- Alterações nos neurotransmissores e desequilíbrios bioquímicos no cérebro, muitas vezes associados a transtornos mentais;
- Abuso de álcool e drogas.
Comportamento suicida: como identificar os sinais?
Identificar sinais de comportamento suicida é crucial para oferecer ajuda e apoio adequados. Esses sinais podem variar, mas frequentemente incluem mudanças notáveis no comportamento e no estado emocional da pessoa. Entre os principais sinais a serem observados estão:
Mudanças de humor
Alterações significativas no humor podem ser um indicativo de comportamento suicida. A pessoa pode apresentar uma tristeza profunda e persistente, irritabilidade extrema ou uma sensação de desesperança. Mudanças bruscas no humor, como passar rapidamente de um estado de euforia para uma tristeza intensa, também podem ser um sinal de alerta.
Isolamento social
O afastamento de amigos, familiares e atividades sociais é um sinal comum de comportamento suicida. A pessoa pode começar a evitar interações sociais, parar de participar de atividades que antes eram prazerosas e se retirar de seu círculo social. Esse isolamento pode ser um reflexo de sentimentos de desesperança ou de um desejo de se afastar do mundo.
Falar sobre suicídio
Comentários ou conversas sobre o desejo de morrer, o suicídio ou a sensação de não querer mais viver são sinais diretos e graves. A pessoa pode mencionar querer morrer em uma conversa, expressar pensamentos sobre como seria se não estivesse mais aqui, ou fazer referências a métodos para cometer suicídio.
Mudanças no comportamento
Alterações no comportamento diário podem ser indicativas de comportamento suicida. Isso pode incluir agir de forma impulsiva, mudar repentinamente de hábitos ou assumir comportamentos de risco. A pessoa pode também parecer mais agitada, nervosa ou desinteressada nas atividades cotidianas.
Despedidas
Se a pessoa começa a se despedir de maneira incomum, ou dar objetos pessoais importantes, isso pode ser um sinal de que está se preparando para um ato suicida. Essas ações podem incluir a entrega de bens pessoais valiosos ou a escrita de cartas de despedida.
Mudanças nos padrões de sono e alimentação
Alterações significativas nos padrões de sono e alimentação também podem ser sinais de comportamento suicida. A pessoa pode ter insônia ou passar a dormir excessivamente, além de apresentar mudanças no apetite, que podem variar de comer muito menos do que o habitual a comer em excesso.
Perda de interesse
A perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas é um sinal importante e que deve ser observado. Isso pode incluir o desinteresse por hobbies, trabalho, estudos ou outras atividades que anteriormente eram valorizadas. A pessoa pode mostrar uma falta de entusiasmo ou engajamento com a vida em geral.
Como ajudar alguém com comportamento suicida?
Ajudar alguém com comportamento suicida é uma tarefa delicada que requer sensibilidade, empatia e ação imediata. Confira algumas formas práticas e eficazes para oferecer apoio:
- Mantenha a calma;
- Mostre empatia;
- Permita que a pessoa expresse seus sentimentos e pensamentos sem interrupções;
- Evite oferecer soluções imediatas ou conselhos não solicitados. Em vez disso, ofereça um espaço seguro para que ela se sinta ouvida e compreendida;
- Pergunte diretamente a respeito dos pensamentos suicidas;
- Encoraje a busca por ajuda de um profissional especializado em saúde mental;
- Continue oferecendo apoio após a crise inicial;
- Ajude a pessoa a criar um plano de segurança, que pode incluir estratégias para lidar com crises, contatos de emergência e atividades que possam ajudar a desviar os pensamentos suicidas;
- Se apropriado, envolva outros membros da família ou amigos próximos no processo de apoio;
- Se a situação for crítica e houver um risco iminente de suicídio, não hesite em buscar ajuda de emergência.
A intervenção adequada e o apoio contínuo podem ser fundamentais para ajudar uma pessoa com comportamento suicida a superar a crise e encontrar caminhos para a recuperação e o bem-estar. Ao reconhecer os sinais em você ou outra pessoa, procure ajuda imediata de um especialista.
Para saber mais, entre em contato com os profissionais do Instituto Sanapta.
Fontes:
Manual MSD;
CVV;
Instituto Sanapta.