Com o tratamento adequado e estratégias personalizadas, é possível lidar com o TDAH no ambiente profissional e alcançar uma rotina mais produtiva
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica que afeta o funcionamento do cérebro, especialmente em áreas relacionadas à atenção, ao controle de impulsos e à organização. Embora seja frequentemente associado à infância, o TDAH pode persistir na vida adulta e, em muitos casos, só é identificado nessa fase.
Essas dificuldades podem levar a uma queda no desempenho profissional, estresse, sensação constante de inadequação e, muitas vezes, conflitos com colegas ou gestores. Por isso, compreender o transtorno e buscar formas de tratamento para TDAH no trabalho é fundamental para promover um ambiente mais produtivo, saudável e equilibrado para quem convive com o transtorno.
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Como o TDAH afeta o desempenho no trabalho?
O TDAH pode impactar diretamente o desempenho profissional do indivíduo, principalmente em atividades que exigem foco contínuo, organização, planejamento e cumprimento de prazos. Adultos com o transtorno costumam ter dificuldade para iniciar e concluir tarefas, manter a atenção em reuniões longas, priorizar atividades ou seguir rotinas rígidas — o que pode gerar atrasos, esquecimentos e queda na produtividade.
Além disso, a impulsividade pode levar a tomadas de decisão precipitadas, interrupções em momentos inadequados ou dificuldades em manter uma comunicação equilibrada com colegas e superiores. A desorganização frequente, somada ao acúmulo de tarefas, pode gerar sensação de sobrecarga, estresse e frustração. Em muitos casos, essas dificuldades não são imediatamente associadas ao TDAH, o que faz com que o profissional seja visto como desatento, descomprometido ou até incapaz — afetando sua autoestima e o crescimento de sua carreira.
Reconhecer esses sinais e buscar apoio especializado é essencial para transformar a experiência e o desempenho profissional do paciente, identificando o transtorno de maneira adequada e permitindo o desenvolvimento de um tratamento para TDAH no trabalho.
Quando procurar tratamento para TDAH no ambiente profissional?
Nem sempre é fácil identificar o momento certo para buscar ajuda, especialmente quando os desafios no trabalho são atribuídos apenas ao estresse ou à rotina agitada. No entanto, quando as dificuldades se tornam persistentes e começam a comprometer o desempenho, a motivação e até as relações profissionais do indivíduo, é importante considerar que pode haver algo mais — como o TDAH.
O adequado tratamento para TDAH no trabalho pode transformar a forma como a pessoa lida com o ambiente profissional, melhorando não apenas sua produtividade, mas também seu bem-estar emocional.
Em geral, é recomendado procurar ajuda profissional quando o indivíduo:
- Tem dificuldade frequente para manter o foco em tarefas longas ou reuniões;
- Esquece prazos, compromissos ou etapas importantes de projetos;
- Sente-se facilmente sobrecarregado por tarefas simples ou de rotina;
- Procrastina de forma recorrente, mesmo em atividades urgentes;
- Enfrenta conflitos com colegas ou gestores por falhas de comunicação ou impulsividade;
- Tem dificuldade para se organizar ou seguir uma agenda de forma consistente;
- Experimenta frustração constante por não conseguir atingir seu potencial profissional;
- Sente queda na autoestima ou desmotivação por conta de repetidos erros ou esquecimentos.
Quem pode ajudar? Quais são os profissionais envolvidos no tratamento?
O primeiro passo para iniciar um tratamento para TDAH no trabalho é buscar a ajuda de um psiquiatra, que é o principal responsável pelo diagnóstico e pelo acompanhamento clínico do transtorno. Como médico especializado em saúde mental, o psiquiatra avalia os sintomas do paciente, considera seu histórico e, quando necessário, prescreve medicação para ajudá-lo a controlar a desatenção, a impulsividade e outros sintomas que afetam seu desempenho no trabalho.
No entanto, o tratamento para TDAH no trabalho, para ser mais eficaz, geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, com a participação de outros profissionais que complementam o cuidado. O psicólogo tem um papel fundamental no processo terapêutico, ajudando o paciente a entender seus padrões de comportamento, desenvolver estratégias de organização e lidar com a ansiedade e a frustração causadas pelas dificuldades no trabalho. Em alguns casos, um neuropsicólogo pode ser incluído para realizar avaliações cognitivas detalhadas, úteis para confirmar o diagnóstico ou identificar outras questões envolvidas.
Além disso, dependendo do perfil profissional da pessoa e das demandas do trabalho, também podem ser úteis o apoio de um coach com experiência em TDAH, orientadores de carreira ou até profissionais de recursos humanos abertos a discutir adaptações no ambiente profissional. O acompanhamento integrado entre os profissionais aumenta as chances de sucesso no tratamento do TDAH no trabalho e promove uma rotina mais equilibrada, produtiva e satisfatória ao paciente.
Opções de tratamento para TDAH no trabalho
O tratamento do TDAH no trabalho com psiquiatra envolve um conjunto de estratégias que ajudam a reduzir os impactos dos sintomas no desempenho e na rotina profissional do paciente. Não existe uma fórmula única: o plano ideal é aquele que combina recursos médicos, terapêuticos e práticos, de acordo com as necessidades individuais da pessoa.
A medicação, prescrita por um psiquiatra, é uma das abordagens mais comuns e eficazes para adultos com TDAH. Os medicamentos, geralmente estimulantes, atuam na regulação dos neurotransmissores relacionados à atenção e ao autocontrole, melhorando a capacidade de foco do paciente e sua organização no dia a dia profissional.
Além do uso de medicamentos no tratamento do TDAH no trabalho, a psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC), auxilia no desenvolvimento de habilidades para o paciente lidar com a procrastinação, a desorganização e a impulsividade. O terapeuta também pode ajudar a identificar gatilhos de estresse no ambiente de trabalho e a criar estratégias personalizadas para enfrentá-los.
Outras opções de tratamento para TDAH no trabalho incluem o uso de técnicas de organização e produtividade, como listas de tarefas, uso de agendas digitais, divisão de atividades em etapas menores e criação de rotinas estruturadas. Em alguns casos, o apoio de um coach especializado em TDAH pode ser útil para desenvolver métodos de gestão do tempo e definição de prioridades no contexto profissional.
A combinação dessas abordagens — médicas, terapêuticas e práticas — torna possível reduzir os prejuízos causados pelo TDAH e transformar a relação do indivíduo com o trabalho, promovendo mais equilíbrio, autonomia e confiança.
Adaptações e estratégias no ambiente de trabalho
Para que o indivíduo sofra menos impacto no desempenho profissional, além do tratamento para TDAH no trabalho, é fundamental fazer adaptações e adotar estratégias que favoreçam sua concentração, organização e gerenciamento do tempo. Essas mudanças podem ajudar a minimizar distrações, reduzir a sobrecarga e potencializar suas habilidades, tornando o dia a dia mais produtivo e menos estressante.
Algumas adaptações e estratégias eficazes incluem:
- Organizar o espaço de trabalho, mantendo a mesa limpa e com poucos objetos para evitar distrações visuais;
- Usar organizadores para documentos e materiais importantes;
- Utilizar agendas e listas de tarefas, anotando compromissos e prioridades em ferramentas digitais ou físicas para manter o foco nas atividades mais importantes;
- Dividir tarefas grandes em etapas menores, de modo a facilitar sua execução e o acompanhamento do progresso;
- Estabelecer prazos curtos e metas claras: isso ajuda a manter a motivação e o foco durante o desenvolvimento das tarefas;
- Fazer pausas programadas ao longo do dia, de modo a renovar a concentração e evitar o cansaço mental;
- Usar lembretes e alarmes para não esquecer reuniões, prazos ou etapas importantes;
- Comunicar-se abertamente com a equipe e gestores, informando sobre suas necessidades específicas e buscando apoio para adaptações no ambiente ou na rotina;
- Evitar multitarefas, preferindo focar em uma tarefa por vez;
- Buscar ambientes mais silenciosos.
TDAH e direitos no trabalho: existe alguma proteção legal?
Sim, pessoas com TDAH têm direitos garantidos por lei, especialmente quando o transtorno é reconhecido como uma condição que gera limitações significativas no ambiente profissional. No Brasil, o TDAH pode ser considerado uma deficiência para fins legais, dependendo do grau de comprometimento funcional que ele causa. Isso significa que o trabalhador pode ter direito a adaptações no ambiente profissional, proteção contra discriminação e, em alguns casos, acesso a políticas de inclusão.
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n.º 13.146/2015), trabalhadores com deficiências físicas, mentais, intelectuais ou sensoriais — incluindo condições neurodivergentes como o TDAH, quando impactam a autonomia e o desempenho do profissional — têm direito a ambientes acessíveis, igualdade de oportunidades e adaptação razoável das funções ou rotinas de trabalho. Isso pode incluir flexibilização de prazos, alterações na forma de comunicação, apoio de supervisores e mudanças no espaço físico, sempre que necessário.
Além disso, o trabalhador com TDAH não pode ser discriminado em processos seletivos, promoções ou desligamentos. Caso haja um impacto relevante nas atividades laborais, o trabalhador também pode buscar laudos médicos que justifiquem a necessidade de adaptações ou mesmo solicitar avaliação para eventual enquadramento legal como pessoa com deficiência (PCD), quando cabível.
É importante que o diagnóstico seja feito por um profissional qualificado e que o trabalhador tenha respaldo documental — como laudos e relatórios — para apresentar em casos de necessidade. O setor de recursos humanos da empresa também pode ser um aliado na construção de um ambiente mais justo e acolhedor.
Para saber mais sobre o tratamento do TDAH no trabalho, entre em contato e agende uma consulta com os profissionais do Instituto Sanapta.
Fontes:
Instituto Sanapta;
Manual MSD.